quarta-feira, 21 de abril de 2010

Rosé de Provence

Procuramos muitas coisas no vinho. E felizmente é raro nos decepcionarmos. Há quem busque se inebriar, pura e simplesmente. Há quem deseje aroma e sabor. Outros estão em busca de história. E há aquele, pobrecito, atrás de status. Interessam-me, sem desprezar aroma, sabor e história, três outras coisas: originalidade, ousadia e autenticidade. A fuga da monotonia, enfim.

A autenticidade me veio esta semana através dos deliciosos rosés da Provence. O Conselho Interprofissional de Vinhos de Provence (CIVP) lança um website (www.vinhosdeprovence.com.br) direcionado ao mercado brasileiro e traz um sistema de busca e localização de mais de 70 vinícolas presentes ou interessadas no Brasil. Há descrição de vinhedos e fichas de vinhos, e também uma relação de mais 20 importadoras que já comercializam vinhos provençais por aqui. Uma ferramenta excelente e um exemplo para outras regiões produtoras no mundo.
O Brasil é um mercado óbvio para o rosé da Provence. Tipicamente um vinho seco e leve, de cor clara e límpida, em tons de salmão, pêssego ou cor de casca de cebola, com aromas delicados, frutados e florais, o rosé de Provence, seja como aperitivo de verão ou harmonizando com a comida, é uma opção extremamente versátil.
Além dos pratos da culinária provençal, como ratatouille, bouillabaisse, salada niçoise, este rosé é solução para o acompanhamento de delícias brasileiras, mexicanas e até orientais. Tente uma moqueca baiana ou um cuscuz marroquino. Pratos bem temperados, em geral. Mesmo receitas chinesas e thay têm muito a ganhar com este encontro. Eu gosto muito com pizza.
Estes rosés são vinhos que respeitam a comida. Não se impõem, antes acrescentam algo. São espontâneos, refrescantes, naturais e verdadeiros. Seu estilo único se deve em grande parte a seu método tradicional de elaboração. Diferentemente do processo de sangria, usado no resto do mundo, que gera vinhos mais encorpados, de cor mais intensa e algumas vezes um pouco cansativos, na Provence a maceração é bem mais curta. O que garante a cor, a delicadeza e o equilíbrio.
Rosé de Provence Campo PGA Gama
Esta gama está disponível em três denominações: o Coteaux d'Aix en Provence Coteaux Varois e Côtes de Provence.A vontade de Campo PGA que queriam legitimar a palavra "Rosa de Provença.Mas cuidado, esta descrição não corresponde a um COA.Preço: 3,40-3,60 €Características: Cotes de Provence.

Onde comprar: Auchan, Champion e lojas de conveniência do Grupo Carrefour: 8 à Huit, Marché Plus, Loja, Proxi.

Rosé de Provence
Construído no inicio do século XVIII, o Château de Pourcieux pertence, desde sua origem, à família do Marquês d’Espagnet, e o local sempre foi a sede de importante exploração vinícola. Seu vinhedo atual, notavelmente exposto sobre as encostas sul, em solos argilo-calcáreos e arenosos, é composto pelas principais castas de Denominação de Origem Controlada da Provence: syrah, grenache, cinsault, assim como cabernet-sauvignon, rolle e mourvèdre. Ele se estende atualmente sobre cerca 30 hectares. 
Enquadrado por dois maciços montanhosos renomados: os montes Auréliens e a montanha Sainte Victoire, cara ao pintor Cézanne, nosso terroir se beneficia de condições geológicas e climáticas privilegiadas e reconhecidas que lhe permitiram o acesso em 2005 à classificação em Appellation Côtes de Provence – Sainte Victoire. 


quinta-feira, 8 de abril de 2010

Noções - Doce repouso

Monet



NOÇÕES 




Entre mim e mim, há vastidões bastantes 

Para a navegação dos meus desejos afligidos. 
Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos. 
Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que a atinge. 

Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza, 
Só recolho o gosto infinito das respostas que não se encontram. 

Virei-me sobre a minha própria existência, e contemplei-a: 
Minha virtude era esta errância por mares contraditórios, 
E este abandono para além da felicidade e da beleza. 

Ó meu Deus, isto é a minha alma: 
Qualquer coisa que flutua sobre este corpo efêmero e precário, 
Como o vento largo do oceano sobre a areia passiva e inúmera... 

Cecília Meireles