terça-feira, 4 de maio de 2010

La Bourgogne: CÔTE DE NUITS





Para muitos amantes dos borgonhas, Côte de Nuits produz os vinhos tintos mais elegantes da região. Quase todos os grands crus tintos localizam-se aqui, nas terras centrais da Borgonha, encravados entre as imponentes propriedades monásticas que no passado dominaram suas colinas voltadas para o oriente. Em nenhuma outra parte do mundo a Pinot Noir desenvolve complexidade e elegância tão pungentes. Seus delicados aromas de frutas vermelhas combinam com uma estrutura firme que permite a um vinho bem elaborado envelhecer por décadas, desenvolvendo cada vez mais sabores e aromas. Os borgonheses insistem que a grandeza de seus vinhos provém muito mais do solo do que da uva, que a Pinot Noir é meramente um veículo para que os solos ricos em minerais de calcário de Côte de Nuits encontrem sua expressão mais brilhante.
Os vinhedos começam ao sul de Dijon, elevando-se das planícies até as encostas renomadas de orientação leste de Côte d'Or. A AOC Côte de Nuits é utilizada principalmente pelas comunas do planalto atrás das colinas, onde o clima mais frio dificulta o amadurecimento das uvas.


Borgonha: muito alem do vinho
Internacionalmente famosa por seus vinhos, a região da 
Bourgogne (Borgonha), na França, é coberta de vinhedos, além de possuir lagos, florestas e construções arquitetônicas consideradas Patrimônio Histórico.
Ela tem uma centenária rede de canais, e muitos turistas podem conhecer a regiãonavegando lentamente num barco. Outra opção é voar sobre a região a bordo de um balão. A vista espetacular das dezenas de castelos medievais e dos vinhedos vale a pena.
Várias cidades da Borgonha têm aquele ritmo de cidade do interior, e seus habitantes são um ponto turístico a mais. Os mais aventureiros podem também escalar o Monte Beuvray.
Esta comuna é mais conhecida pelo Clos de Vougeot, um grand cru de ampla dimensão que se estende da estrada principal até o famosochâteau. Por causa do seu tamanho e dos solos variados, o terreno produz vinhos que variam de comuns a magníficos. Os melhores viticultores são o Château de la Tour e os domaines Anne Gros, Denis Mortet, Jean Grivor e Méo-Camuzet.
A divisa entre Morey-St-Denis e Chambolle-Musigny é tão sutil que as duas comunas dividem o grand cru Bonnes Mares. Chambolle-Musigny produz os vinhos mais elegantes de Côte de Nuits. Eles são aromáticos, delicados e têm boa guarda. O outro terreno grand cru, Le Musigny, é um dos mais valorizados da Borgonha


DOMAINE FRANÇOIS RAVENEAU
Raveneau tem apenas 8 ha de vinhedos, mas todos são premiers ougrands crus. Os vinhos são fermentados em tanques, mas uma parte amadurece em madeira antiga. Antes do engarrafamento, diferentes lotes do mesmo vinho são mesclados para garantir a regularidade de seu equilíbrio. O resultado é um Chablis clássico: mineral e até austero quando jovem, ele evolui e desenvolve uma complexidade rica, com toque de nozes. O Les Clos é geralmente o mais refinado e longevo dos vinhos, mas a produção é limitada e a demanda, alta. 



A elaboração do Borgonha tinto exige muita atenção e delicadeza.
O clima da região é fresco, muito instável de um ano para outro, e o amadurecimento das uvas é sempre imprevisível. Um bom amadurecimento depende do tempo e do local.
As uvas que chegam às cantinas são esmagadas antes de ser desengaçadas, mas essa tradição tende a desaparecer, e hoje em dia a vindima já chega sem o engaço. Os adeptos da antiga escola afirmam que os pedúnculos contribuem para romper a massa da polpa da uva na fermentação e colaboram com uma adição de tanino, dando mais caráter ao vinho.
As temperaturas frescas do outono também afetam a fermentação, se bem que a introdução de sistemas de controle do aquecimento do mosto tenha amenizado esse incoveniente.
As adegas frias contribuem para a lentidão e a suavidade da maturação. Alguns Borgonhas não passam por nenhuma filtragem porque, assim, o vinho adquire complexidade ( se tiver o potencial para isso), o que explica a presença de muitos depósitos na garrafa.


A Borgonha é o reino dos pequenos proprietários. Diferentemente de Bordeaux, ali as grandes propriedades são poucas e o termo châteaunão tem o sentido de propriedade vitivinícola que cultiva a videira e elabora o vinho. Foram os negociantes (e não os viticultores) que fizeram a reputação da Borgonha. Para garantir a vinificação, eles compram uvas dos inúmeros viticultores ou mesmo o vinho novo, para envelhecê-lo e engarrafá-lo com sua própria marca. Embora o papel de alguns negociantes se limite a isso, são muitos os que possuem os próprios vinhedos. Entretanto, desde os anos 1970 surgiu entre os produtores a tendência de engarrafar seus vinhos. Nesse caso, a menção "mis en bouteille à la propriété" ou " au domaine" figura no rótulo. Uma das vantagens do antigo sistema é que o negociante pode comprar e fazer o corte de uma quantidade de vinho suficiente para oferecer uma grande produção equilibrada de uma mesma denominação.
Os Borgonhas dos negociantes são criticados por ter menos caráter do que dos viticultores. Certas maisons da Borgonha são criticadas pela mediocridade de suas cuvées. Os negociantes também são recriminados por acabar com a individualidade dos vilarejos e doscrus transformando-os num estilo maison, sem vícios nem virtudes. Na verdade, essas críticas são às vezes descabidas e, neste início do século XXI, a "fronteira" não é entre viticultores e negociantes, e sim entre bons e maus vinhos.

sábado, 1 de maio de 2010

Jardins, Amores

Monet

jardins de monet
Por uns caminhos extravagantes, 



irei ao encontro desses amores 

- por que suspiro e distantes. 

Rejeito os vossos, que sao de flores. 
Eu quero as vagas, quero os espinhos 
e as tempestades, Senhores. 

Sou de ciganos e de adivinhos. 
Nao me conforto com os circunstantes 
e a cor dos vossos caminhos. 

Ide com os zoilos e os sicofantes. 
Mas respeitai vossos adversarios, 
que nem querem ser triunfantes. 

Vou com sonambulos e corsarios, 
poetas, astrologos, e a torrente 
dos mendigos perdularios. 

E cantamos fantasticamente, 
pelos caminhos extravagantes, 
para Deus, nosso parente. 

Cecilia Meireles